Muitas pessoas entram em seus relacionamentos e, não mais que de repente, declaram-se em amor profundo, amor eterno, enfim, vivem o tão sonhado "contos de fada".
Infelizmente, a vida a dois, ao longo do tempo vai fazendo com que cada um mostre determinadas facetas, que no período de namoro, período em que cada qual morava com os pais, ou mesmo sozinhos, não fora possível perceber, e que a partir de então, começam a ser mostradas, divididas, compartilhadas com o seu/a companheiro/a.
Neste momento, facetas encobertas de cada um vão "transbordando" por meio dos sentidos humanos. Aparecem no olhar crítico, na voz mais agressiva, na audição sem escuta, no tato sem carícias, outras vezes, apenas por meio de violência física, sem perfume que atraia, sem nenhum sentimento que alimente a alma e a relação do casal.
É o fadado engano do "achei minha cara metade", "o meu príncipe encantado", "aquele ou aquela que me completará", "que me fará feliz em todos os sentidos".
Neste momento, então, cai por terra todos os sonhos; sonhos estes, fantasias infantis, ilusões de criança que espera de seus pais tudo, e mais, e mais. Colocam o companheiro/a em um lugar que não é o dele/a, exigem deste/a, muitas vezes, o que pertencia ao papeis materno e paterno. Acontece então, uma mistura de sentimentos e de exigências ao parceiro, que são resquícios de sonhos inconscientes pertencentes a uma infância já distante pelo tempo, mas tão presente no psiquismo de cada um, consequentemente, nas relações de adultos.
Portanto, prestem atenção aos seus relacionamentos, principalmente, as relações de casais. Atentem para as necessidades emocionais de cada um e, percebam, que muitas vezes, podemos exigir do parceiro/a, o que não compete a eles. Estando mais presentes em si mesmos, tornando-se um observador de si e desta relação, atentos aos comportamentos e determinadas atitudes do cotidiano, respeitando o companheiro/a em sua individualidade, percebendo os limites necessários a cada um, as exigências para com o outro, só assim, pode-se viver em harmonia num espaço sonhado para dois.
Texto: Ana Maria Favero Martin
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Casamento, relação de respeito mútuo, de entrega, de intrigas, de momentos difíceis, mas acima de tudo se deve ter amor um pelo outro.
Para que o amor dê certo é imprescindível que se aprenda a amar-se a si mesmo. Ninguém tem o poder de fazer o outro feliz, quando a própria pessoa emana infelicidade por si só. O autoconhecimento é condição primária para que tudo que possa chegar em sua vida, queira ficar. Lembre-se: "Só conseguimos dar ao outro o quê, naturalmente, já mora dentro de nós."